O Ser Dual


Existem dois seres no meu singular eu.
        Uma Divindade observa detrás a natureza
Jogando com um elfo de superfície brilhante pela frente,
        Criatura que nasce do tempo com humana mente.

Tranquila e ilimitada como um mar ou céu,
        A Divindade reconhece-se filha da Eternidade.
Radiante a sua mente e imensa, seu coração é como livre;
        A sua vontade é um ceptro de domínio.

O eu menor por paixões da Natureza transportado,
        Pensativo e errando aprende o seu ofício humano;
Todos devem ser conhecidos e para essa Grandeza é dada
        A sua mente e vida, o espelho e a máscara.

Tal como acontece à figura de um símbolo de dança
O Omnisciente exibindo-se joga através da Ignorância. 






Sonnets, 1930-1950, Colected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa

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