A Última Cortina
Sei que chegará o dia em que se perderá a minha visão desta terra, a vida em silêncio se despedirá, desenhando sobre os meus olhos a última cortina. Apesar de tudo as estrelas manterão na noite a sua vigília, a manhã levanta-se como era de antes, as horas agitam-se como ondas do mar fundindo o prazer e a dor. Quando penso no final dos meus momentos, quebra-se a barreira dos momentos e vejo através da luz da morte o teu mundo com os seus tesouros descuidados. Raro é o mais humilde dos lugares, rara é a pior de todas as vidas. As coisas que ansiava em vão e as coisas que tenho --- deixa-as passar. Deixa-me na verdade possuir tudo o que desprezei e ignorei. Rabindranath Tagore - 215 poems Classic Poetry Series - PoemHunter.Com The World's Poetry Archive, 2012. Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa