A Testemunha e a Roda
Quem és tu no coração companheiro do homem sentado na cadeira de Augusto, vendo suas obras, observando suas alegrias e tristezas, Impassível, indiferente à dor, indiferente à morte e ao destino? Testemunha, o que viste ao observar este grande mundo cego Movendo-se impotente no Tempo, golpeando a Roda no Espaço, Para que o teu imenso Desejo trabalhe ainda os nossos corações, Místico, - pois sem ti haverá algo que possa perdurar no Tempo? Nós também, quando do incessante ímpeto da Natureza volteiam As almas, que do peito lançando fora o seu instrumento, desejam E como tu crescem. Na fronte da Natureza ainda comanda em vão A trilha cega dos nossos actos, paixões, pensamentos e esperanças; Impassíveis, calmos, olhamos, indiferentes à morte e ao destino, À tristeza indiferentes e à alegria, - sinais de um roteiro à superfície Sem valor ou sentido, passos de um mundo sem desígnio. Mas algo por trás de tudo observa, Espírito ou Eu-mesmo ou...