A Testemunha e a Roda
Quem és tu no coração companheiro do
homem sentado na cadeira
de Augusto, vendo suas obras, observando
suas alegrias e tristezas,
Impassível, indiferente à dor, indiferente
à morte e ao destino?
Testemunha, o que viste ao observar este
grande mundo cego
Movendo-se impotente no Tempo, golpeando a
Roda no Espaço,
Para que o teu imenso Desejo trabalhe ainda
os nossos corações,
Místico, - pois sem ti haverá algo que
possa perdurar no Tempo?
Nós também, quando do incessante ímpeto da
Natureza volteiam
As almas, que do peito lançando fora o seu instrumento,
desejam
E como tu crescem. Na fronte da Natureza
ainda comanda em vão
A trilha cega dos nossos actos, paixões,
pensamentos e esperanças;
Impassíveis, calmos, olhamos, indiferentes
à morte e ao destino,
À tristeza indiferentes e à alegria, -
sinais de um roteiro à superfície
Sem valor ou sentido, passos de um mundo
sem desígnio.
Mas algo por trás de tudo observa, Espírito
ou Eu-mesmo ou Alma,
Visualizando o Espaço e o seu trabalho,
esperando o fim dos Tempo.
Testemunha, afinal quem és tu, contigo em
unidade quem sou eu,
Sem nome, vendo a Roda orbitar através
do Tempo e o Espaço?
Poems in New
Metres, Collected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works
of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo
Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo
Ashram Publication Department
Versão adaptada a
verso livre © Luísa Vinuesa