Inquietação
Estou inquieto. Tenho sede de coisas distantes. A minha alma extingue-se no desejo de tocar a margem da turva distância. Ó Grande Além, o apelo agudo da tua flauta! Esqueço, esqueço sempre, não tenho asas para voar, cativo neste lugar sempre. Ansioso e desperto, sou um estranho numa terra estranha. O teu fôlego chega-me sussurrando uma esperança impossível. A tua fala é conhecida no meu coração como muito própria. Ó Distante a encontrar, o apelo agudo da tua flauta! Esqueço, esqueço sempre, ignoro o caminho, não tenho o cavalo alado. Sou indiferente, um vagabundo no meu coração. Na névoa ensolarada das horas lânguidas, que ampla visão de ti toma forma no azul do céu! Ó Longínquo fim, o apelo agudo da tua flauta! Esqueço, esqueço sempre, os portões estão selados na casa onde vivo sozinho! Rabindranath Tagore - 215 poems Classic Poetry Series - PoemHunter.Com The World's Poetry Archive, 2012. Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa ...