Ela
Ela que já havia permanecido nas profundezas do meu ser, no crepúsculo do brilho de olhares fugitivos; ela que nunca abriu os seus véus na luz da manhã, será a última oferenda para ti, meu Deus, repetida no canto final. Palavras cortejaram-na mas não conseguiram conquistá-la; a persuasão estendeu-lhe os seus ávidos braços em vão. Vaguei de país em país, mantendo-a no centro do meu coração, à sua volta cresceu e caiu a ascensão e o ocaso da minha vida. Sobre os meus pensamentos e acções, os meus sonos e sonhos, ela reinou mas morava à parte e sozinha. Muitos homens bateram à minha porta inquirindo por ela e em desespero partiram. Ninguém no mundo jamais a viu cara a cara, ao desejar ser lembrada sobreviveu em sua solidão. Rabindranath Tagore - 215 poems Classic Poetry Series - PoemHunter.Com The World's Poetry Archive, 2012. Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa