Nirvana


Tudo é abolido excepto o silencioso Único.
         Do pensamento a mente libertada, o coração da dor
         Cresce inexistente agora além da crença;
Não existe Eu, nem Natureza, conhecida, desconhecida.
A cidade, um quadro de sombras sem tonalidades,
        Flutua, treme irreal; formas sem relevo
        Fluem, formas vagas de cinema; como um recife
Afundado em praias sem margens o mundo é feito.

Apenas o ilimitável Permanente
       aqui existe. Uma assombrosa Paz, inexpressiva ainda,
               A tudo substitui, - o que uma vez Eu fui, é nela
Um conteúdo sem nome, silencioso e vazio
      A desvanecer-se no Incognoscível
              Ou a vibrar com luminosos mares do Infinito.






Sonnets, 1930-1950, Colected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa

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