Reminiscência
Ergueu-se na alba a minha alma,
escutando, ouviu
Uma voz lá fora, um pássaro solitário,
Uma música que não domina a sua nota, um
grito
Que perseverou na eternidade.
A minha alma inclinou-se ao amanhecer
para ouvir
Na solidão do mundo a sua companheira
alada
E, encorajando o que o Anjo tinha para
dizer,
Viu o brilho no meia da noite e um dia
secreto
Se lhe abriu. Contemplou as estrelas
nascidas
De um pensamento e aprendeu a estar
preparada.
Então lembrei-me de como
tinha acordado do sono
E fiz os céus, construí
a terra, moldei o alto Oceano.
Sri Aurobindo in Short
Poems, 1890-1900, Collected Poems. Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5, 1ª edition 1972.
Versão adaptada a verso
livre © Luísa Vinuesa