Shiva, O Criador Inconsciente
Um rosto nos frios e terríveis picos da
montanha
Grandioso
ainda; suas brancas e austeras linhas
Combinam com as estrias de neve
imensuráveis
Rasgando
o céu, implacável e puro.
Acima dele uma montanha de cabelo
emaranhado
Aeon-enrolado nesse imortal e solitário crânio
Na sua solidão enorme de cabelo sem vida
Redondo,
acima ilimitadamente cresce.
Um raio de lua na testa, azul e pálido,
Projectado à distância do seu dedo de luz
Ainda o vazio ilumina. Austera e
masculina
Máscara
de paz ao poder indiferente!
Mas fora de algum Infinito nascido agora
veio
Sobre
gigantes neves e o rosto ainda
Um tremor e cor de chama carmesim,
Ponto de
fogo na imensidão do espaço.
Pontas de dardos luminosos revelaram a
forma poderosa,
Rasgaram
o véu secreto do fundo do coração;
Nesse coração de diamante os fogos se
acalmaram,
Vivendo a
origem, um braseiro de ouro.
Esta foi a muda e cerrada e acesa fonte
De onde
se formaram os mundos e sua dança estelar;
A vida gerou uma inconsciente Força auto-encantada,
Amor,
semente ardente, desde essa flama em transe.
Poems in New Metres, Collected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works
of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo
Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo
Ashram Publication Department
Versão adaptada a
verso livre © Luísa Vinuesa