Rendição


Ó Tu de quem sou o instrumento,
        Ó Espírito secreto e Natureza que me habitam,
Que todo o meu ser mortal seja agora reunido
        Em Tua quieta e gloriosa divindade.

Dei minha mente para escavar o Teu canal da mente,
         Minha vontade ofereci para ser a Tua vontade:
Permite que nada de mim possa deixar abandonado
         Em nossa união mística e inexprimível.
Meu coração pulsará com o bater do mundo do Teu amor,

        Meu corpo faz-se Teu engenho para uso da terra;
Mover-se-ão os fluxos do Teu êxtase em meus nervos e veias;
Meus pensamentos serão cães de Luz para soltar o Teu poder. 

Guarda apenas a minha alma para adorar eternamente
E encontrar-Te em cada forma e alma de Ti.






Sonnets, 1930-1950, Colected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa

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