O Medo da Morte
A Morte vagueia livre pelas nossas vidas, doce Morte
Ocupada em cada movimento da respiração.
Porque a temes? Ó, a sua face risonha
Toda rosada com a luz de graça jovial!
Uma espécie de encantadora donzela colhendo flores
Num doce jardim refrescado por aguaceiros vernais,
Esta é a coisa que temes, uma jovem porteira brilhante
Que abre para as nossas almas os mundos de luz.
É porque que a haste torcida deve sentir
Dor quando mãos mais ternas a sua glória roubam?
É porque o caule sem flor amorfo se inclina
E medonho é agora o que era tão belo?
Ou é horrível e sibilante a abertura das portas
Que vos agita, débeis almas de nula coragem?
A morte é apenas a troca de vestes para aguardar
Com traje de núpcias no umbral do Eterno.
Short
Poems, 1890-1900, Collected Poems, 1ª edition 1972.
Complete Works
of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo
Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo
Ashram Publication Department
Versão adaptada a
verso livre © Luísa Vinuesa