ASCENDENTE


O Silêncio



No Silêncio, no Silêncio,
Ergue-te, ó Espírito imortal,
Longe da Roda giratória, quebrando o Círculo mágico.
Ascende, sózinho e imortal:
Não te inquietes com os sussurros e gritos na escuridão.
Passa além da esfera cinzenta e pequena,
Abandonando o grito e a luta,
No Silêncio para sempre.

Vasto e imóvel, sem forma e maravilhoso,
Mais alto que o Céu, mais vasto que o universo,
Numa pura glória de ser,
Numa quietude brilhante de auto-visão,
Comunicando com uma ilimitada intimidade sem voz,
Ergue o teu saber elevado para o pensamento, a tua alegria profunda para
                                                                                                    a emoção;

Em repouso na Luz imutável, calado na auto-visão sem palavras,
Espírito, vai além de ti mesmo; Alma, foge à prisão da Natureza.
Tudo o que tens visto é moldado por ti, ó Testemunha.
Volta-te para o Solitário e o Absoluto, volta-te para o Eterno:
Que sejas apenas eternidade, paz e silêncio,
Ó Unidade sem nome, que transcende o mundo,
Espírito imortal.






Poems in New MetresCollected Poems1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa

Outros poemas

A Deusa de Pedra

A Mãe de Deus

Shiva

Noite junto ao mar

Deus

A Dança Cósmica

Nirvana

Noiva do Fogo

Os Ditadores de Ferro

A Encarnação Universal