Transe de Espera
Solitário em meus cumes de calma cismei
com vozes em volta de mim,
Murmúrios de silêncio que mergulham a
mente num sono de luz,
Sussurros de coisas além-pensamento na chama
branca do eterno Segredo,
Alturas inexploradas que procuram
resposta no inconsciente profundo.
Distante, abaixo de mim, o oceano da
vida com suas vagas apaixonadas,
Pálidas como uma lagoa agitada pelas
asas de um pássaro sombrio.
O pensar regressou, inclinado, voando em
roda, a batida do nervo de viver
repousa; numa poderosa libertação
banha-se em paz o meu espírito.
A sabedoria suprema está em mim, o Saber
que não se pode medir;
Luz que nenhuma visão pode enfeitar as
vestes do silêncio com esplendor.
Saciados de uma Presença estática, os
espaços superlotados do ser
Tremem com o Fogo que os conhece, vibram
com o poder do repouso.
A Terra está agora em transe e o Céu é
desenhado em volta como veste.
Asas tão brilhantes quanto o destino
dormem no portão da Eternidade.
O tempo espera, vago, e o relâmpago
acende, a Palavra transfigura:
O espaço é uma quietude de Deus
construindo a sua morada terrena.
As esperas calaram-se para que a ordem
viesse e trilhasse o Eterno;
A paixão de uma benção ainda a dissipar-se
em mares do Infinito. Poems in New Metres, Collected Poems, , 1ª edition 1972
Complete Works
of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo
Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo
Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa