O Rio
Rio selvagem em tuas cascatas murmuradas e
bruscamente céleres até ao mar,
Longe é o lugar-nascimento entre montanhas abruptas, sonhos
lentos e solitários vales
Onde só com céus azuis era arrebatador falar ou com
pomares verdes com frutos inclinando
Imagens de pé em tuas ondas e, satisfeito então,
ouvindo a tua rapsódia de longo murmúrio.
Vasto numa larga prensa e uma densa pressa, um
movimento maciço de apinhadas águas
Forte trovão, célere galope, a força, velocidade é a
severa mensagem da voz do espírito,
Violência, orgulho, exigência severa, o terrível grito
da fome do coração nas trincheiras de Deus
Lançado, e uma luxúria vazia de distância
desconhecida, e ritmo imprudente e livre grandeza.
A calma ainda te libertará; uma imensa paz e um
profundo fluxo de branco silêncio,
Grandes planícies serão tuas, cercar-te-à a verdura,
portos-cidades e o trabalho diário
Longamente serão teus amigos, o deleite humano com
frescor de ondas, com sulcos de navio,
A emoção, - vem por último, o mar todo em movimento, a
alegria ilimitada e o riso azul. Poems in New Metres, Collected Poems, 1ª edition 1972
© Sri Aurobindo
Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo
Ashram Publication Department
Versão adaptada a
verso livre © Luísa Vinuesa