A Tumba da Ilha
O oceano está ali e ao fim da tarde; o gemido lento
Das ondas azuis que, como um
manto agitado,
Dois ouviram juntos outrora, um ouve agora sózinho.
Agora deslizando branco e silenciado para o nosso mundo,
Janeiro aguçado com olhos
frios e claros
E gotas de neve pendentes em cada lóbulo gelado
Apresenta o primogénito do fulgurante ano.
Talvez os seus pés que moldam
a forma quebrada,
Possam varrer a erva morta do teu secreto túmulo,
Talvez os seus pálidos dedos, tristes e frios
Acariciem as formas arruinadas
do teu cabelo,
Criança pálida do inverno, morta antes de ser jovem.
Estás tão desolada naquele ar amargo
Que até a sua respiração parece quente em teu rosto?
Ah, até que o narciso nasça, abstém-te
E encontrar-te-ei naquele lugar sózinho.
Então a alvorada cinzenta
findará meus odiosos dias
E a morte me aceitará em suas silenciosas estradas.
Short
Poems, 1890-1900, Collected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works
of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo
Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo
Ashram Publication Department
Versão adaptada a
verso livre © Luísa Vinuesa