A vida desabitada


Desperdicei a minha vida como uma lâmpada acesa
Dentro de uma casa solitária e nunca habitada,
Desperdicei a minha vida e por Amor louvo os homens
puros e amáveis. Quantas vezes tenho pensado
Que coisa adorável era o amor e tão refinado
No meu frio seio se não fosse tocado por aquela chama.
"Está acesa"; o meu terrível ser aprisionado
Em volta de quem, para mim, nomear não ouso.
Não posso apagar o fogo que não acendi,
Aquele que o acendeu não o fará; Não posso sequer
Expulsar o hóspede que jamais convidei;
Embora a alma que ele habita perca o céu.
Abraso e não sei porquê; mergulho no inferno.
Inutilmente, foi-me interdito de me revoltar. 







Sonnets, Early Period, Colected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa

Outros poemas

A Deusa de Pedra

A Mãe de Deus

Shiva

Noite junto ao mar

Deus

A Dança Cósmica

Nirvana

Noiva do Fogo

Os Ditadores de Ferro

A Encarnação Universal