É este o fim
É este o fim de tudo o que temos sido
E de tudo o que fizémos ou sonhámos -
Um nome esquecido e uma forma informe, -
É este o fim?
Um corpo apodrecido sob uma laje de
pedra
Ou transformado em cinzas pelo fogo,
A mente dissolvida, perdida em seus
pensamentos -
É este o fim?
A nossas parcas horas que foram e não
são mais,
A nossas paixões, outrora tão sublimes
Escarnecidas pela terra imóvel e pelo
calmo sol, -
É este o fim?
O nossos anseios de humana ascensão a
Deus
Movendo-se
para outros corações
Logrados, enquanto sorris para a morte e
o inferno do mundo, -
É este o fim?
Caída é a harpa; e exausta, mente e
cala;
Morreu o jogador invisível?
Porque é abatida a árvore onde cantou o
pássaro,
A música deve também silenciar-se?
Único na mente que planeou e desejou e
pensou,
Trabalhou para reformar o destino da Terra,
Esse que amava e ansiava e esperava no
coração,
Termina assim ele também?
O Imortal tem no mortal o seu Nome;
Um artista de Deus aqui
Já se restaurava em formas divinas,
Pouco
disposto a cessar
Até que tudo seja feito para o que as
estrelas foram feitas,
Até que o coração descubra Deus
E a alma se conheça a si mesma. E mesmo
assim
Não há fim.
Short Poems, 1930-1950, Collected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works
of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo
Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo
Ashram Publication Department
Versão adaptada a
verso livre © Luísa Vinuesa