A Divindade


Sentei-me atrás da dança dos cascos do Perigo
        Na rua gritante que parecia um capricho futurista,
        E de repente senti, superando os sulcos da Natureza,
Que o corpo Dele se envolvia em mim.

Acima da minha cabeça, avistei uma poderosa cabeça,
        Um rosto com a calma da imortalidade
        E um olhar omnipotente que guardava a cena
No vasto círculo de sua soberania.

O seu cabelo misturava-se com o sol e a brisa;
        O mundo estava em Seu coração e Ele era eu:
        Abrigava em mim a paz Eterna,
A força de Alguém cuja substância não perece.

O momento passou e tudo foi como antes;
Apenas a sua memória imortal me inquieta.






Sonnets, 1930-1950, Colected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa

Outros poemas

A Deusa de Pedra

A Mãe de Deus

Shiva

Noite junto ao mar

Deus

A Dança Cósmica

Nirvana

Noiva do Fogo

Os Ditadores de Ferro

A Encarnação Universal