A Prece Vedântica
Espírito Supremo
Que versejas no silêncio do coração,
Eterno brilho,
Apenas Tu existes!
Ah, por isso me velei com esta escuridão,
A minha parte ensolarada
Por nuvens assaltada?
Porque estou assim desfigurado pelo desejo,
Distraído, levado,
Queimado pelo fogo
De agitadas paixões, arrastado para fora da tua paz
Pelo vórtice
De cada rajada?
Traído pela dor, consumido pelo desânimo,
Surpreendido pela luxúria?
Não deixes que o meu cinzento
Passado coagulado de sangue rejeite a tua soberana
Piedade nem mesmo a demore,
Ó Solitária Verdade!
Nem os enganosos deuses que te amam ainda
A minha juventude iludam.
Esses clamores ainda;
Pois eu ouviria a voz eterna e conheceria
A Vontade eterna.
Este brilhante espectáculo
Obstruindo o limiar da eternidade
Dissipa, - concede
O olho brilhante,
O coração que cresceu jovem e claro. Censura, ó Senhor
Estas esperanças que gritam
Tão ensurdecedoras,
Remove os meus arruinados séculos, restaura
A minha pureza.
Ó porta escondida
Do conhecimento, abre-te! Força, cumpre-te a ti mesma!
Amor, desabrocha!
Short Poems, 1890-1900, Collected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works
of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo
Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo
Ashram Publication Department
Versão adaptada a
verso livre © Luísa Vinuesa