A Ciência e o Incognoscível


A ciência do homem constrói os seus resumos breves e frios
         E corta em fórmulas o todo vivo.
         É um cérebro e uma mão sem alma
Um olho que ensaia o relevo esculpido para fora,

Cego às profundezas, as raízes ocultas não exibidas.
         O visível no invisível esconde a sua base;  
         O invisível guarda a verdade que seus símbolos expressam
Num desconhecido ainda em maior profundidade invisível.

Os objetos que provaríamos não são a sua forma.
         Cada um é uma massa de forças veladas como forma
         Cujos fins alcançamos, mas as linhas internas escapam
Numa consciência insondável acima da ordem da mente.

O olhar perplexo da mente encontra apenas o abismo ainda,
Infinito, muito menos, mudo, incognoscível.





   
Sonnets, 1930-1950, Colected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa

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