O Único Eu
Todos estão enganados, façam o que o Poder Único dita,
Cada um
pensa que sua própria vontade sua natureza move;
Aquele que odeia não sabe que se odeia a si mesmo,
O amante não
sabe que se ama a si mesmo.
Em todos há um único ser que muitos corpos suporta;
Aqui Krishna
flauteia sobre o humor da floresta,
Aqui senta-se Shiva, sujo de cinzas, o cabelo enredado.
Mas Shiva e
Krishna são o único Deus.
Em nós também Krishna procura o amor e a alegria,
Em nós
também Shiva luta com a dor do mundo.
Um Eu em todos nós perdura teimoso,
Chora em sua
dor e alívio pede ao seu destino.
A queda do meu rival é a minha própria desgraça;
Eu olho o meu inimigo e vejo o rosto de Krishna.
Sonnets, 1930-1950, Colected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works
of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo
Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo
Ashram Publication Department
Versão adaptada a
verso livre © Luísa Vinuesa