Um Sonho de Ciência Surreal


Um sonhou e viu uma glândula escrever Hamlet, tomar
        Uma bebida em A Sereia, a imortalidade capturar;
Um conselho de hormonas à beira do mar Egeu
        Compôs a Ilíada e a Odisseia.

Uma tireóide, meditando quase nua
        Sob a árvore de Bo, viu a Luz eterna
E, saindo da sua poderosa solidão,
        Com acerto falou da Roda e do Caminho óctuplo.

Um cérebro guiado por um desordenado estômago
        Trovejou pela Europa, conquistou, governou e caiu,
De Santa Helena foi, talvez, para o Céu.
        Assim, abanou o mundo surreal, até que

Um cientista brincou com os átomos e explodiu
O universo antes que Deus tivesse tempo de gritar.






Sonnets, 1930-1950, Colected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa

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