Homem, o Déspota dos Contrários
Sou maior do que a grandeza dos mares,
Um tornado rápido de energia divina:
Uma flor indefesa que treme na brisa,
Mais fraco sou do que a fácil
cana se quebra.
Abrigo toda a sabedoria dos sábios
Em minha natureza de
ignorância sublime;
Numa chama de justiça fixei os meus olhos,
Em doce pecado chafurdo, à dança do inferno me
uno.
A minha mente brilha como um círculo de lua cheia,
A sua escuridão é o troglodita
da caverna.
Recolho a riqueza do longo Tempo e logo desperdiço;
Eu sou um epítome de
opostos.
Eu, a surpresa do sono da morte da vida repetida;
Eu, a precariedade das eternidades.
Sonnets, 1930-1950, Colected
Poems, 1ª edition 1972
Complete
Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri
Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri
Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa