Numa ascensão como de marés
Numa ascensão como de marés, numa ondulação como de águas invisíveis,
Num grito em mim que minha alma ergueu, numa paixão de minha natureza,
Meu coração sobe em direção a ti, Ó inimaginável Maravilha e Resplendor,
Na sua luta pelo carícia da tua Luz e pelo abraço da tua Presença.
Se uma vez foram dados apenas de teus pés um toque no peito de minha
saudade,
E um olhar de teus olhos misturando-se aos meus nos recessos e o silêncio,
Tal arrebatamento me envolveria, tal fogo de refulgência transfiguradora,
Jamais eu poderia ser como um homem nesta terra, mas um imortal seria.
Minha mente seria dissolvida numa glória solar de visão de Deus e conhecimento,
Meu coração ficaria repentinamente mais determinado, auto-tranquilo e puro,
Meus nervos e meu corpo transmutar-se-iam numa divindade etérea,
Traje adequado para a divindade que construíste em mim, o imortal que te adora.
Ó tu Vida da minha vida e o coração invisível do seu êxtase e ritmo
cardíaco,
Ó Rosto que foste revelado no começo dos mundos e da imensidão,
Deixa a tua sabedoria Flamejante cair sobre as espirais da nossa
inconsciência réptil,
Deixa o vinho do Amor ser derramado em Teu cálice, ser eu com ele bebido sempre.
Encontrar-te-ei no oceano da tua quietude, no éter do teu esplendor,
A tua Força estará em minhas veias como o ícore Sem Idade do que é imortal;
A minha alma será um só fôlego com a tua alma e o teu infinito ao redor
de ti;
E tremerá na visão da tua beleza e da maravilha da tua doçura.
Poems in New Metres, Collected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa