O Eu mesmo
Ele disse: "Eu sou sem ego, espiritual, livre,"
Depois jurou-mo pois o jantar
não estava pronto.
Eu perguntei-lhe porquê. Ele disse: "Não sou eu,
Mas o deus esfomeado fica insaciável".
Eu perguntei-lhe porquê. Ele disse: "É o jogo dele.
Eu sou indiferente por dentro,
sem desejo, puro.
É-me indiferente o que pode acontecer no dia a dia".
Eu perguntei-lhe: "Estás
assim tão certo?"
Ele respondeu: "Eu posso entender a tua dúvida.
Mas ser livre é tudo. Não
importa
Como podes pontapear, uivar, enfureceres-te e gritar",
Fazendo uma linha sobre o seu
prato diário.
“Estar consciente de si mesmo é a liberdade.
Eu mesmo o consegui, sou livre, sendo eu mesmo”.
Sonnets, 1930-1950, Colected
Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa