O Jogo do Mundo


O ISHVARA PARA ISHVARI



Em anos divinos ainda não medidos pelo pensamento de um homem ou pela dança da terra 
ou o movimento da lua,
       Eu tenho guardado a lei do Invisível por causa do teu sorriso, Ó doce;
Enquanto as vidas perseguiam inúmeras vidas aladas, como se pássaros atravessassem o imenso mar,
       Na passagem dos séculos tenho assistido à tua maratona para a luz.
                                                                                             
A terra dançando com o sol em suas vestes de fogo, não foste tu circulando a minha alma flamante?
       As contemplações da lua em sua alegria de néctar foram o meu olhar inquirindo por ti
através do espaço.
       A pressa do mundo e a corrida da tensa mente e o longo galope de
passageiros anos
       Foram a minha velocidade para chegar através do fluxo das coisas e para avizinhar
finalmente o teu rosto.

A busca da terra é minha e o imenso escopo das longas eras são o meu
trilho do coração;
       Pois sigo uma vontade sublime e secreta e os passos da tua Mãe poderosa.
No escuridão brutal vou espiando o cérebro humano e a visão calma nos olhos de deus,
       Sou eu quem procura nos trilhos quebrados da Vida pelo pelo teu riso, amor e luz.

Quando o tempo não se movia nem o espaço amplamente se expandia, entreguei-me a mim mesmo 
ao teu jogo dos mundos,
       Para que as tuas deliciosas mãos de poder me governassem, movessem e dirigissem;
Para a estupidez da terra caí, por teu desejo de desporto tecendo a minha substância do espírito
       Num milhão de padrões de formas de almas comigo tecidas vivo.

Os mundos são apenas um campo de jogo do Teu Uno, uma máscara colorida da dualidade do Uno,
       Eu estou em ti como estás em mim, Ó amor; estamos mais perto que o coração e o peito;
De ti saltei para uma faísca do espírito, montei de novo o fogo da alma;
       Em nosso movimento as estrelas perseguem a espiral do Tempo, a nossa unidade é 
o repouso da Natureza.

Quando a luz primeiro do imenso inconsciente se quebrou para criar a nebulosa
e o sol
       Foi o encontro das nossas mãos através da noite vazia que acendeu
o fatídico incêndio;
Os enormes sistemas abandonaram os seu imóvel transe e esta cratera verde da vida cresceu
       Para que possamos olhar um para o outro na forma das profundezas de um
olhar vivo.

A Mente viajou em suas escalas, nota a nota, os seus olhos espantados ou o pensamento extasiado,
       O meu pensamento trabalhou para que em ti a mim mesmo me conhecesse
os nossos átomos, larguras e profundidades,
Tudo o que anseio é que tudo o que é teu seja guardado perto, 
do coração para o coração, de si para si mesmo,
       Como um mar a um mar se une, ou membros a membros, o prazer da vigília
ao sono.

Quando o auge da mente se perde em Tua vasta Luz e o homem se afoga em deus,
       A tua Verdade desvirtua as suas chamas douradas e a tua brancura de diamante;
A minhas almas iluminadas descobrirão a alegria de si mesmas, tudo tomarão no próximo
Uno
       E a tristeza do coração advirá em felicidade e a sua doçura governará
os dias da terra.

Então a Vida será os teus braços agarrando o teu próprio braço apertado ao êxtase do teu peito
ou a calma paz,
       Com a tua alegria pela chama imortal do espírito e a tua paz por sua imortal fundação.
Quando os nossos olhos encontrarem o longo amor fechado em olhos profundos e os nossos seres 
se abraçarem velozes e unos,
       Saberei que o jogo valeu o cansaço cujo fim é o teu divino abraço.






Poems in New Metres, Collected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa

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