O Iogue no Turbilhão


Num turbilhão terrível do rio correndo,
        Uma estátua de bronze, ainda viva, severa, nua
        Guardou a postura de um imortal visionário
Despertado pelo salto da água louca e o arrepio.

O pensamento não podia pensar nele, a carne não podia tremer;
        Os pés do Tempo não podiam aqui aventurar-se;
        Apenas algum poder desconhecido, nu e austero,
Apenas um poderoso Silêncio para libertar.

O seu espírito em todo o mundo e sem companhia,
        Sentado acima da torrente dos dias
        No fundo turbilhão pelo nosso ser moldado,
Silencioso aguentou a fadiga vasta da criação,

Inalterado, suportando da Natureza os ciclos e as normas,
O fundo imóvel da jornada cósmica.






Sonnets, 1930-1950, Colected Poems, 1ª edition 1972
Complete Works of Sri Aurobindo, Volume 5
© Sri Aurobindo Ashram Trust 1972, Pondicherry
Sri Aurobindo Ashram Publication Department
Versão adaptada a verso livre © Luísa Vinuesa

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