A Casa

 

Andei solitário na estrada através do campo enquanto o pôr do sol escondia

como um avarento o seu último ouro.


      A luz do dia afundou-se cada vez mais na escuridão, e a

terra viúva, cuja ceifa tinha sido colhida, ficou em silêncio.

      De repente, a aguda voz de um menino subiu ao céu. Atravessou

o escuro invisível, deixando a faixa da sua música através do silêncio 

da noite.

      A casa da sua aldeia ficava no fim do terreno inculto,

além do campo da cana-de-açúcar, escondido entre as sombras das árvores

da banana e a delgada palmeira areca, do coco e a jaca verde escura.

      Parei por um momento no meu caminho solitário sob a luz das estrelas,

e vi estender-se diante de mim a terra escura que cercava com os seus

braços incontáveis casas povoadas com berços e camas, corações maternos

e lanternas de noite, e jovens vidas felizes com uma alegria que

que desconhece o seu valor para o mundo.  





Rabindranath Tagore - 215 poems
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com 
The World's Poetry Archive, 2012

Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa  

Outros poemas

A Deusa de Pedra

A Mãe de Deus

Shiva

Noite junto ao mar

Deus

A Dança Cósmica

Nirvana

Noiva do Fogo

Os Ditadores de Ferro

A Encarnação Universal