Amor Eterno

Parece que te amei de inúmeras formas, inúmeras vezes...
Em vida após vida, em era após era, sempre.
O meu coração encantado fez e refez o colar de canções,
Que levas como um presente, usas de variada forma ao pescoço,
Em vida após vida, em era após era, sempre.

Quando ouço velhas crónicas de amor, é uma dor milenar,
É um fábula antiga de estar-se apartado ou junto.
Enquanto olho fixo sem parar o passado, no fim tu emerges,
Vestida à luz de uma estrela polar penetrando as trevas do tempo:
Tornas-te uma imagem do que é lembrado sempre.

Tu e eu aqui flutuámos no fluxo que escorre da fonte.
No coração dos tempo, o amor de um pelo outro.
Brincámos juntos com milhões de amantes, partilhados na mesma cama,
Tímida doçura do encontro, as mesmas lágrimas prementes de despedida -
Amor antigo, em formas que se renovam e se renovam sempre.

Hoje está amontoado a teus pés, em ti encontrou o seu fim,
O amor de todos os dias do homem, no passado e sempre:
Alegria universal, tristeza universal, vida universal.
As memórias de todos os amores fundem-se nesse nosso único amor -
E as músicas de todos os poetas do passado e sempre.




Rabindranath Tagore - 215 poems
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com 
The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa   

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