Limiar
Não estava consciente do momento
quando primeiro cruzei o limiar da vida.
Que poder me despertou para este vasto mistério
como um rebento na floresta à meia-noite!
Quando de manhã vi a luz
Senti cedo que não era um estranho neste mundo,
que o inescrutável sem nome e sem forma
me abraçara sob a forma da minha própria mãe.
Na morte, o mesmo desconhecido aparecerá
como sempre me foi conhecido.
E porque amo esta vida,
sei que a morte amarei também.
A criança chora em convulsão
quando a mãe lhe retira o seio direito,
mas logo no esquerdo encontra o seu consolo.
Rabindranath Tagore - 215 poems
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com
The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa