Maya
Que deveria fazer muito por mim em todos os aspectos,
lançando sombras coloridas para o teu esplendor
--- tal é a tua ilusão, Maya.
Estabeleces uma barreira em teu próprio ser
e clamas pelo teu eu dividido numa miríade de notas.
Esta tua auto-separação ganhou corpo em mim.
A canção pungente ecoa por todo o céu em lágrimas de muitas cores,
sorrisos, alarmes e esperanças; erguem-se ondas e novamente caem,
quebram-se sonhos e voltam a formar-se.
Em mim está a própria derrota de ti mesma.
Esta tela que ergueste pinta inúmeras figuras
com o pincel da noite e do dia.
Atrás dela o teu lugar é tecido em mistérios prodigiosos de curvas,
expulsando as fastidiosas linhas rectas.
O grande desfile de ti e de mim espraiou-se sobre o céu.
Todo o ar é vibrátil com a tua e a minha melodia,
e as idades passam na ignorância e demanda de ti e de mim.
Rabindranath Tagore - 215 poems
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The World's Poetry Archive, 2012.
The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa