No Caminho Obscuro de um Sonho

NO caminho obscuro de um sonho, procurei o amor que foi meu numa vida anterior.

A casa dela ficava no fim de uma rua desolada.
Na brisa da noite, o seu pavão de estimação sentava-se sonolento em seu poleiro, e os pombos estavam no seu canto silenciosos.

Ela colocou a lâmpada no portal e parou diante de mim.
Ela levantou os seus olhos imensos para o meu rosto e perguntou em silêncio: "Estás bem, meu amigo?"
Tentei responder, mas a nossa linguagem havia sido perdida e esquecida.
Pensei e pensei; os nossos nomes à minha mente não ocorreriam.

Lágrimas brilhavam em seus olhos. Ela levantou a mão direita para mim. Peguei-lhe e fiquei em silêncio.

A nossa lâmpada cintilou na brisa da noite e apagou-se.




Rabindranath Tagore - 215 poems
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com 
The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa    

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