Prisioneiro
"Prisioneiro, diz-me, quem te acorrentou?"
"Foi o meu mestre," disse o prisioneiro.
"Pensei que poderia superar todos no mundo em riqueza e poder,
e acumulei na minha tesouraria o dinheiro devido ao meu rei.
Quando o sono me veio, deitei-me na cama do meu senhor,
e quando acordei, descobri-me preso na tesouraria."
"Prisioneiro, diz-me, quem forjou esta corrente inquebrável?"
"Fui eu," disse o prisioneiro, "quem forjou com zelo esta corrente.
Pensei que o meu poder invencível manteria o mundo em cativeiro,
deixando-me numa imperturbável liberdade.
deixando-me numa imperturbável liberdade.
Então noite e dia trabalhei na corrente com golpes cruéis
e fogos imensos.
e fogos imensos.
Quando dei terminado o trabalho, e os elos
eram completos e inquebráveis,
eram completos e inquebráveis,
descobri que em o seu ajuste me prendiam."
Rabindranath Tagore - 215 poems
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com
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The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa
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