Velho e Novo

Fizeste-me conhecer amigos que desconhecia.
Deste-me lugares em casas que não são minhas.
Trouxeste o distante para perto e fizeste irmão o estrangeiro.

Sinto-me inquieto quando tenho de deixar o meu usual abrigo;
esqueço-me que aí permanece o velho no novo,
e que aí também permaneces.

Através do nascimento e da morte, neste ou noutros mundos,
Aonde quer que me leves, és tu, o mesmo,
o único companheiro da minha vida sem fim
que ligou o meu coração ao desconhecido com laços de alegria.

Quando alguém te conhece, o estranho não existe, 
nenhuma porta se fecha.
Oh, concede-me a prece para que jamais perca
a benção do toque do único no jogo da multidão.




Rabindranath Tagore - 215 poems
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com 
The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa     

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