Véspera da Eternidade

Numa esperança desesperada vou procurá-la
em todos os cantos do meu quarto;
e não a encontro.

A minha casa é pequena
e o que uma vez foi, jamais será resgatado.

Mas infinita é a tua mansão, meu senhor,
e procurando, tenho de alcançar a tua porta.

Estou sob o dossel dourado do teu nocturno céu
e ansioso ergo os meus olhos para o teu rosto.

Cheguei à beira da eternidade, de onde nada pode 
desaparecer
--- sem esperança, sem felicidade, sem visão 
de uma face vista através de lágrimas.

Oh, mergulha a minha vida vazia nesse oceano,
mergulha-a na mais profunda plenitude.
Deixa-me sentir por uma vez esse doce toque 
perdido
na totalidade do universo.




Rabindranath Tagore - 215 poems
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com 
The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa 

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